Lembranças

Foto: Luiz Malvino
A todo instante estamos aprendendo algo. Todo acontecimento é aprendizado e nada nos foge à memória, a não ser que queiramos muito e mesmo assim alguma coisa fica guardada e em algum momento vem à tona.

Uma coisa maravilhosa acontece quando a memória nos grita por uma boa lembrança. Ficamos extasiados, felizes, pensativos e tentando buscar detalhes dessa lembrança. Os cheiros daquela época ficam evidentes, o nosso olfato nos faz crer mais ainda na possibilidade de revivermos, por alguns momentos, uma situação tão agradável que vivemos tempos atrás.

Ainda ontem estávamos eu e a Norma falando sobre este assunto e realmente algumas boas lembranças vieram-me à memória. Ela me perguntava de onde surgiu a minha aptidão pela culinária, com quem aprendi a cozinhar... e então, forçando um pouco a memória - buscando informações para ilustrar a questão - e com muito prazer, me lembrei de algumas situações.
Lembrei-me da minha mãe que me ensinou a fazer o arroz branco e soltinho e lembrei-me, também, da minha querida tia Laerta - minha segunda mãe -, na cozinha, fazendo, com muito amor, aquele bife maravilhoso, que modéstia à parte, eu faço igualzinho, pois de tanto ver e sem a pretensão de aprender, apenas pelo prazer de estarmos juntos, acabei assimilando o jeito que ela tinha de transformar aquele alimento em algo delicioso. Realmente eu posso dizer que aprendi a fazê-lo com ela, sem que ela me ensinasse. Entende?
– Pois é isso mesmo! A nossa memória é um espetáculo, e é ela quem nos ensina, muitas das vezes, alguma coisa. O bife, que hoje eu faço tal qual a tia Laerta, é o resultado das lembranças olfativas daqueles meus momentos felizes da infância, ao lado de uma pessoa que era a maior mulher do meu mundo particular. Além do bife espetacular, tudo o que ela fazia pela família era com muito esmero, amor e dedicação.
Podemos reviver muitas outras lembranças, buscando fatos que marcaram positivamente a nossa vida e veremos que tudo o que sabemos e aprendemos com a vida e com as pessoas que por nós passaram, deixando a sua marca é algo importantíssimo e não podemos esquecer.
 
 
Isso não é saudosismo; isso não é querer viver do passado; isso não é nada negativo... Pelo contrário: é bom termos a certeza e o imenso prazer de lembrarmos fatos que marcaram a nossa vida e tomarmos em conta  que foram esses acontecimentos que nos ensinaram a sermos o que somos e a agir exatamente como agimos. Isso é a verdadeira construção do ser.

Não precisa voltar muito o tempo. Tente lembrar fatos que se passaram com você neste ano que está terminando. Busque nessas lembranças os momentos positivos e faça deles não só uma simples lembrança, mas um aprendizado e uma razão para prosseguir a sua caminhada rumo a felicidade.
O futuro está aí. Vamos tentar acertar mais, buscando algo que traga paz de espírito para nós e para os que nos cercam. Só assim teremos a alegria de convivermos em harmonia  tal como o nosso Criador espera e deseja para todos nós.
Beijos no coração e até a próxima!
 
Luiz Malvino
29dez2012

E se...



 
E se o mundo acabasse mesmo no dia 21 de dezembro, o que eu poderia fazer desde agora e até o momento final?
 
Poderia juntar-me aos poucos amigos que me querem bem de verdade, e então, passaríamos os últimos dias cantando, nos deliciando das melhores poesias, fazendo arte no melhor sentido da palavra e depois partiríamos felizes e com a alma lavada;
 
Poderia viajar, conhecer outros cantos desse mundo - que eu nem sabia da existência - , entrar em contato com outros povos e aprender, com eles, mais um pouco da vida e assim partir com uma bagagem maior de sabedorias;
 
Poderia sair por ai sem destino, sem propósitos e sem pressa, pois já não adiantaria mais correr tanto, nem pensar no que fazer para conseguir mais dinheiro, pois não teria mais razão para fazê-lo, afinal, nesse momento, dinheiro para quê?;
 
Poderia parar para pensar na minha vida, no que fiz, no que poderia ter feito e não fiz. Repensar minhas reações diante dos fatos passados, analisar e agir melhor, buscando uma nova oportunidade de acertos, pois ainda teria tempo para isso;
 
Poderia, também e enfin, repousar, deitando a cabeça em meu travesseiro e, em oração, agradecer à Deus todos os presentes que Ele me deu por toda a minha vida e pediria perdão pelos erros que cometi, sem ter que me justificar por nenhum deles, pois Ele sabe das nossas fraquezas e imperfeições e assim, quem sabe eu teria o Seu perdão e um bom lugar para ir ao partir dessa vida terrena.
 
Luiz Malvino
16dez2012